quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO


 


I.                  CONTEXTO HISTÓRICO


1)      INTRODUZINDO A TEOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO

a)     Definição da Teologia do Novo Testamento

Define-se a Teologia do Novo Testamento como sendo o estudo do desenvolvimento progressivo da revelação do propósito redentor de Deus.

b)     Características da Teologia do Novo Testamento

São cinco as características da Teologia do Novo Testamento, a saber: 1) Uma Revelação Progressiva - O Novo Testamento é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento; 2) Uma Revelação Histórica - Eram eventos históricos reais; 3) Uma Revelação Unificada – Sua mensagem está rigorosamente em harmonia com a mensagem do Antigo Testamento; 4) Uma Revelação Circunstancial – Os escritos do Novo Testamento surgiram das várias circunstâncias históricas na vida da Igreja Primitiva; 5) A Revelação Final – O Novo Testamento é a palavra final da revelação de Deus antes da volta de Jesus Cristo. 

c)      Conteúdo Teológico do Novo Testamento

O Novo Testamento contém seis conteúdos teológicos distintos, tais como: 1) A Pessoa e a Obra de Jesus Cristo – A Doutrina de Cristo é fundamental para todas as doutrinas do Novo Testamento; 2) O Homem Debaixo do Pecado – De acordo com o Novo Testamento o pecador é incapaz de se salvar de sua escravidão ao pecado; 3) A Graça de Deus – Segundo o Novo Testamento a oferta da graça de Deus é a única esperança para o homem ser salvo de sua escravidão ao pecado; 4) A Realidade da Deidade – Submissão do Filho à vontade do Pai; 5) A Igreja, A Comunidade do Crente – Funciona como veículo para benção redentora de Deus sobre todas as nações; 6) A Esperança Futura – Apta a enfrentar as provas presentes, por causa da volta inevitável do Senhor Jesus Cristo.

d)     A História e a Teologia

O Novo Testamento é correto tanto nas suas declarações históricas quanto nas declarações teológicas, tanto nos eventos históricos quanto a fé que surge daquele evento. Os eventos do Antigo Testamento foram mencionados no Novo Testamento a fim de encorajar a Igreja Primitiva.

2)      Origens Documentárias Teológicas

a)     O Alicerce no Novo Testamento

A continuidade e o cumprimento é a estrutura fundamental do alicerce do Novo Testamento. Os dois Testamentos são de igual importância para a vida do cristão.

b)     As Origens Documentárias Judaicas

Podemos destacar duas origens como base documentária judaica: 1) As Tradições Orais eram usadas pelos rabinos para interpretar a Lei de Moisés,  tendo como pano de fundo o Talmude, composto de dois grupos de escritos: a Mishná (consiste em uma lista dos ensinos orais dos rabinos durante os séculos entre ops dois Testamentos), e a Gemara (trata-se de um comentário sobre a Mishná . Boa parte dela é composta de narrativas folclóricas de exercícios mentais e comentários improváveis baseados exclusivamente no som das palavras; 2) Os Apócrifos formam uma coletânea de livros escritos no período intertestamentário, ou seja, entre os dois Testamentos.

c)      A Teologia de Israel

Ao todo são sete linhas de pensamentos teológicos existentes nos tempos de Cristo, a saber: 1) Monoteísmo – Os cativos voltaram a Israel com um zelo apaixonado para preservar a verdade da existência de um único Deus verdadeiro; 2) Oração – Veio a ser uma exigência legal em Israel; 3) Medo – A tradição oral ensinava que quem pronunciava o nome de Jeová era sujeito à pena de morte; 4) Angeologia – Os mestres religiosos de Israel ensinavam que os anjos mediavam entre Deus e o homem; 5) Concerto – A redenção do pecado era um tema central no concerto entre Deus e Israel; 6) Messias – Era identificado como um personagem político e militar que livraria o povo de Deus dos exércitos de Roma; 7) Lei – Jesus nunca condenou a Lei de Moisés. O que ele condenou de fato era essa Lei Oral que acrescentava um monte de fardos à vida diária do povo.  




3)      Unindo os Testamentos

a)     O Nascimento do Redentor

São cinco as verdades teológicas envolvidas na vinda do Messias, conforme a seguir: 1) O Alicerce no Antigo Testamento – As narrativas registradas nos evangelhos  sobre o nascimento do Redentor, possuem duas vertentes: As Proclamações Angelicais e as Proclamações Proféticas; 2) Cumprimento da Redenção – Deus revelou o cumprimento iminente de Sua promessa da redenção na chegada do Redentor; 3) A Graça e a Misericórdia de Deus – A redenção é a expressão ulterior da graça e misericórdia de Deus para com o homem; 4) A Vinda do Senhor e a Vinda do Messias – A vinda do Messias e a vinda do Senhor são o mesmo evento, Jesus é tanto Messias quanto Senhor; 5) O Espírito Santo na Missão da Redenção - O papel principal do Espírito Santo foi a proclamação do nascimento do Redentor.

b)     A Mensagem de João Batista

A mensagem de João Batista dizia a respeito do juízo divino vindouro e a necessidade do povo de Israel arrepender-se a fim de escapar a esse julgamento.

c)      Apresentando o Redentor a Israel

João Batista conclamou a nação a preparar-se para Sua chegada próxima: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mateus 3.2).

II.                A VINDA DO REDENTOR

1)      Identificando o Redentor

a)            O Filho do Homem

Para compreender o significado deste título, consideraremos como era usado no Antigo Testamento, e, em seguida, veremos como era aplicado nos escritos judaicos. Finalmente, consideraremos de que maneira Jesus o aplicava a si mesmo. O fundo histórico do Antigo Testamento a respeito do termo Filho do Homem foi tirado da profecia de Daniel 7.13-14, se comparar-mos as palavras dessa profecia com aquela de Jesus em Mateus 26.24, chegaremos a conclusão que essa profecia foi uma visão que Daniel recebeu a respeito de um Filho do Homem a quem foram dados todos os reinos deste mundo e que passaria, então, a estabelecer um reino eterno e a reinar na soberania universal. Os escritos interbíblicos encontrados nos Livros Apócrifos, aplicavam a profecia de Daniel a um libertador de Israel que estava para vir. Era inconcebível qualquer idéia do Filho do Homem aparecer como homem, em corpo de homem. A revelação nos Evangelhos nos mostra que Jesus empregou o título Filho do Homem para combinar duas correntes paralelas das profecias messiânicas no Antigo Testamento. Reconhecia que Ele era tanto o Servo Sofredor do Senhor encontrado na profecia de Isaías 53.3-6, quanto o Rei Messiânico reinante, segundo a profecia de Daniel 7.13-14. Essas duas correntes se fundem em uma só, no Filho do Homem.

b)            O Filho de Deus

No Antigo Testamento, o título Filho de Deus era usado no sentido genérico para a nação de Israel (Ex 4.22). O relacionamento entre Israel e Deus não se baseava na Lei, mas em um relacionamento filial, o que pode ser confirmado nas palavras do profeta Oséias 11.1. Porém, em Isaias 1.2 vemos Israel abandonando este relacionamento filial.

c)             O Messias

Para compreendermos melhor este título, precisamos nos reportar ao Antigo Testamento e os Evangelhos. No Antigo Testamento especificamente no Salmo 2, encontramos elementos importantes no tocante a identidade do Messias vindouro. No Novo Testamento os Evangelhos nos oferecem muitas evidências de que a nação de Israel esperava a vinda de seu Messias (Mateus 3.15; João 1.19-28; João 4.25; Mateus 2.5; João 10.24; Mateus 2.2). O fato interessante é que se Jesus tivesse se oferecido à nação como líder do exército romano, os judeus o teriam acolhido com bom grado.

2)      A Mensagem e o Ministério do Redentor

a)     A Mensagem do Redentor
Tudo quanto Jesus dizia e fazia expressava o Reino de Deus na história humana. O Reino de Deus é melhor definido como a presença e o poder ativos de Deus Soberano, sem estar confinado a uma localização geográfica específica. É a expressão da autoridade e do poder de Deus, manifestados na história humana.

b)     O Ministério do Redentor

Jesus sabia que viera para morrer. Sabia, também, que Sua morte era para a salvação dos homens. Qualquer pessoa que escutasse as palavras de Jesus no decurso de Seu ministério entenderia que era assim que Ele interpretava a Sua morte vindoura. O Calvário não apanhou Jesus desprevenido. Ele veio para isto mesmo.





3)      O Deus da Redenção

a)     A Teologia de Deus Pai

O título Pai é o nome característico que João usava para Deus. Para entendermos a Paternidade de Deus, precisamos examinar alguns conceitos históricos: 1) Deus Como Pai nas Religiões Pagãs – Nos tempos do Antigo Testamento, as religiões pagãs acreditavam que existia um relacionamento biológico real entre a divindade e o homem. Ensinavam que havia um ato original de gerar, em que o homem realmente nasceu fisicamente como filho de Deus. Esta suposta descendência física fazia de todos os homens filhos de seus deuses. A divindade grega, Zeus, era chamado pai dos homens e dos deuses; 2) Deus como Pai no Antigo Testamento -  O antigo Testamento ensina que Deus é o criador de todos os homens, porém, Ele não é o Pai de todos os homens. A paternidade de Deus relaciona-se com o Seu propósito redentor. Israel, como o redimido do Senhor, era chamado o Filho de Deus (Dt. 32.6; Is 63.16; Jr 31.9).; 3) Deus como Pai entre os Testamentos – O relacionamento baseado no amor redentor, foi trocado por um relacionamento baseado ema obediência temerosa à Lei. Os escritos dos Livros Apócrifos, distanciavam Deus do povo, transformando-O em um Deus do medo e não do amor; 4) Deus como Pai segundo João – Em João 1.12 vemos a primeira indicação da Paternidade de Deus (Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome)

b)     A Teologia de Deus Filho

O Evangelho segundo João forneceu uma fortaleza teológica contra as heresias que estavam penetrando na Igreja no período entre a data em foram escritos dos Evangelhos Sinóticos e a data em que foram escritas as obras de João Batista. João disse que seu propósito para escrever o seu Evangelho era duplo: Demonstrar claramente que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus Vivo, e que, mediante a fé Nele, seus leitores tenham a vida eterna (João 20.31).A evidência de Sua divindade é vista em todos os escritos de João. A divindade de Jesus é essencial para a salvação.

c)      A Teologia de Deus, O Espírito Santo

Em João 1.33, vemos O Espírito Santo e o Redentor. O registro em João desta atividade começou no seu batismo e continuou durante todo o Seu ministério público. A presença do Espírito Santo permaneceu com Jesus depois de Seu batismo. O ministério do Espírito Santo sempre glorifica a Cristo. Jesus prometeu aos seus discípulos que o Espírito Santo os guiaria em toda a verdade. O Espírito Santo é o Espírito da verdade.



III.             A REDENÇÃO DEFINIDA E APLICADA

1)      A Igreja do Espírito

a)     A Igreja e o Espírito Santo

A Igreja é vista primeiramente em Atos durante sua espera para receber a mesma unção do Espírito Santo (Atos 2.1; Lucas 24.49), e depois desempenhando sua missão redentora no mesmo poder e unção (Atos 2.4; 4,8,31; 5.32; 6.10; 11.12; 20.12).. Há um paralelo óbvio entre a inauguração do ministério do Messias e a inauguração do ministério da Igreja. Os dois começaram com a presença dinamizadora do Espírito Santo.  

b)     A Mensagem da Igreja

Os vários sermões que são registrados em Atos dos Apóstolos resumem a mensagem da Igreja. Esta mensagem dizia respeito à realidade da morte redentora de Cristo na cruz, de Sua ressurreição e ascensão física. Como conseqüência, cada homem é conclamado a aceitar pela fé aquele mesmo Jesus a fim de receber o perdão do pecado e a reconciliação com Deus. 

2)      O Homem e seu Mundo: a necessidade da Redenção

a)     A Natureza do Homem

Para melhor entendermos a natureza humana, precisamos examinar o que o aposto Paulo escreveu a respeito deste assunto, de acordo com vários sub-temas derivados diretamente das palavras gregas empregadas por ele, tais como: 1) Alma (psyche) – Personalidade individual. Paulo emprega esta palavra de duas maneiras: Primeiro, para descrever a vida do homem (Rm 11.3; 16.4; 1Co 15.44; Fl 2.30; 1Ts 2.8). Esta vida natural do homem não tem subsistência em si mesma, mas está sujeita à morte e à destruição. A vida carnal do homem deve ser identificada com a vida terrena, natural e temporária. Por esta razão, o homem natural ou carnal não pode compreender a realidade espiritual (1Co 2.14). Segundo, para descrever a alma do homem como o centro de sua personalidade humana (2Co 1.23; 1Ts 2.8). Desta maneira, a alma olha para além das limitações da parte física e externa do homem, e vê a sua vida interior, tudo em favor do que ele crê, espera e se esforça; 2) Espírito (pneuma) – Em relacionamento com Deus. Paulo examina o homem no seu relacionamento com Deus. Paulo diz que cada pessoa possui um espírito (1Co 2.11). Na conversão, o espírito inativo do homem é reavivado pela presença do Espírito de Deus; 3) Carne (sarx) – Natureza não salva do homem. O uso teológico que Paulo faz desta palavra é aplicado em um sentido ético. Paulo frequentemente empregava o termo carne para referir-se à natureza não salva do homem. A fraqueza ética da carne é demonstrada por aquilo que Paulo chama “as obras da carne” (Gl 5.19-20);  4) Corpo (soma) – Natureza física do homem. O ensino gnóstico nos primeiros dias da história da Igreja diziam que havia um conflito constante entre o âmbito espiritual e o material. Por isso, toda a matéria era má. Isto incluía o corpo humano. Podemos contrastar isso com o ensino de Paulo a respeito do corpo. Para Paulo, o corpo não era maligno por si só, a natureza maligna do homem realmente fazia uso do corpo para cometer pecado; 5) Coração (kardia) – Natureza emocional. O coração indica a vida interior do homem. As decisões do coração podem ser para o bem (Rm 10.1;2Co 2.4) ou para o mal (Rm 1.24). O coração é o lugar onde Deus fala aos homens (Rm 10.8). O coração do homem é o local de sua fé em Jesus Cristo (Rm 10.9-10); 6) Mente (nous) – Centro do raciocínio. A mente deve ser o centro do raciocínio e do entendimento, a mesma deve estar sempre sujeita aos padrões bíblicos da moralidade e da verdade; 7) Consciência (syneidesis) – Conhecimento moral.  A consciência deve ser descrita como “o conhecimento consciente dentro do homem de que ele deve responder a um padrão divino de julgamento que está acima dele, e mediante o qual ele deve julgar a si mesmo”

b)     O Mundo em que Vivemos

Cristo veio para nos livrar do presente século mau (Gl 1.4). O apóstolo Paulo ao escrever aos efésios no capitulo 2.1-2, combinou duas idéias a respeito do assunto.: o mundo, e as forças espirituais que o influenciam. Deus é o criador do mundo (Rm 1.25). Paulo usou o termo mundo para indicar o universo (Rm 1.20; 1Co 3.22; 8.4,5; Ef 1.4). Também representa o mundo habitado, o cenário da história humana, o lugar e o objeto da atividade divina da redenção (1Co 5.10; 1Tm 6.7). As forças espirituais estão em plena atividade, tanto pelo lado dos anjos de Deus, quanto pelo lado de Satanás e seus anjos.  

c)      A Natureza do Pecado

Deus não criou o homem como uma criatura caída, dotada de uma natureza pecaminosa. O apóstolo Paulo descreve a origem do pecado em Rm 5.12-21 e em 1Co 15.21-22. O pecado entrou no mundo e, portanto, na natureza humana através do pecado de Adão. Isso não significa que todo o homem é pessoalmente responsável pelo pecado de Adão. O que Paulo estava dizendo era que toda pessoa, em razão de fazer parte da raça humana, como descendente de Adão, herdou a natureza caída de Adão, mediante a qual todos os homens agora se constituem como pecadores. 

3)      O Redentor

a)     Jesus, o Messias

O apóstolo Paulo fez uma contribuição inigualável à Teologia do Novo Testamento quanto à Pessoa de Jesus, o Messias. As cartas do apóstolo Paulo têm uma perspectiva diferente da Pessoa de Jesus. Quando de sua viagem a Damasco o seu ego nutria de um único motivo, prender aqueles que confessassem Jesus de Nazaré como o Senhor, o Messias de Israel, porém, no caminho Paulo recebeu uma visão do Senhor Jesus exaltado. A sua vida nunca voltaria a ser a mesma. Ao invés de perseguir os cristãos em Damasco, ele se juntou a eles, proclamando que Jesus era o Messias.

b)     Jesus, o Senhor

Há uma variedade de empregos para a palavra senhor nos escritos gregos do período do Novo Testamento. O título senhor normalmente era usado para indicar a posição de autoridade exercida por uma pessoa específica. A idéia básica da palavra senhor é de autoridade. O Novo Testamento aplicou à Jesus como Senhor a doutrina do Antigo Testamento de Deus como Senhor de Israel. O senhorio de Cristo era crido desde o próprio inicio da Igreja. Jesus Cristo é o Senhor de tudo, Ele é o Senhor da criação (Cl 1.16-17); o Senhor da Igreja (Cl 1.18); o Senhor vindouro (1Co 4.4-5); o Senhor da glória (1Co 2.8).

c)      Jesus, o Último Adão

Adão foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal: depois o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno, o segundo homem, o Senhor, é do céu (1Co 15-45-47). Pelo primeiro Adão, o pecado entrou na raça humana, pelo último Adão, veio a redenção do pecado; Pelo primeiro Adão, o pecado trouxe condenação, pelo último Adão veio a justificação; Pelo primeiro Adão, a morte veio sobre todos os homens, pelo último Adão, veio a vida a todos quantos Nele crêem.

4)      A Redenção Aplicada

a)     A Cruz, o Centro da Teologia Paulina

Paulo entendeu que a cruz era o próprio centro da esperança humana da salvação. Fora da cruz, simplesmente não há nenhuma possibilidade de salvação.

b)     A Obra da Redenção

Paulo entendia que a expiação tinha sua origem no amor e na graça de Deus pela humanidade perdida. A morte expiatória de Cristo não se baseia na necessidade humana. Deus não providenciou a redenção simplesmente porque o homem precisava ser redimido. Paulo por outro lado via Deus como “o Deus de amor e paz”. Ele é o Deus que ama a humanidade mesmo quando os seres humanos estão em inimizade contra Ele (Rm 5.8; Ef 2.4-5).



c)      A Aplicação da Redenção

Os efeitos que a morte de cristo tem sobre o individuo incluem as duas verdades da justificação e da reconciliação. A primeira destas, a justificação, tem a ver com o relacionamento entre o pecador e a justiça de Deus. A segunda tem a ver com o relacionamento entre o pecador e o próprio Deus.

IV.              CONSUMAÇÃO DA REDENÇÃO

1)      O Grande Sumo Sacerdote

a)     O Enfoque da Fé

A vida religiosa de Israel centralizava-se em derredor do templo. Todos os sacrifícios foram oferecidos no templo. A presença de Deus era manifestada no Santo dos Santos. Era o enfoque de sua fé. Os sacrifícios no templo eram um padrão temporário e parcial do sacrifício que tanto é perfeito quanto permanente (Hb 9.24). Porém, os cristãos judaicos tinham segurança e continuidade na sua fé em Jesus, o Messias. Ele é o enfoque da fé (Hb 12.2).

b)     Jesus, O Grande Sumo Sacerdote

Os sacerdócios da ordem levítica identificavam-se com seus compatriotas judeus (Hb 5.1-3). Enfrentavam as mesmas provações e lutas que o restante do povo de Israel. Era essencial que Jesus, como Sumo Sacerdote, também soubesse identificar-se com a humanidade. “Convinha que (Jesus) em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (Hb 2.17). A realidade da humanidade de Jesus é um dos temas teológicos principais da epístola aos Hebreus. Jesus tem a mesma natureza que aqueles que Ele veio para salvar (Hb 2.14); Como sacerdote, Ele tinha que ser feito semelhante aos homens em todos os aspectos (Hb 2.17); Assim como todos os homens, Jesus Cristo sofreu e foi tentado (Hb 2.10, 18; 4.15); A realidade de Sua humanidade é demonstrada no fato Dele ter aprendido a obediência (Hb 5.8).  

c)      A Vida Cristã

A vida cristã não pode existir em isolamento (Hb 10.25). A comunhão cristã prática é fundamental para o crescimento cristão. O crente é conclamado a considerar as necessidades do próximo antes das suas próprias necessidades (Rm 12.10). O crente não tem o direito de ficar indevidamente preocupado com as faltas dos seus irmãos na fé. Isso somente pode levar à críticas e repreensões. Pelo contrário, o crente deve encorajar e estimular seus irmãos na fé no seu andar cristão. 


2)      O Deus Triunfante

a)     O Deus da Redenção

A promessa de Deus quanto a Sua presença contínua com Seu povo está cumprida na presença de Jesus Cristo com a Sua Igreja (Dt 31.6; Is 1.5; Mt 28.20; Hb 13.5). Não será salva a totalidade da criação. Mesmo assim, a totalidade da criação reconhecerá, um dia, que Jesus Cristo é o Senhor (Fp 2.10).

b)     Jesus, O Cordeiro Triunfante

O tema redentor do sangue do sacrifício que desempenhou um papel tão importante no Antigo Testamento foi cumprido na morte de Jesus Cristo na cruz. Foi mediante o sangue de Seu sacrifício que o Cordeiro triunfou.

c)      A Consumação da História

O Novo Testamento ensina que a história chegará ao fim com a volta pessoal do Messias e o estabelecimento de novos céus e nova terra com habitação para a Sua Noiva, a Igreja. A revelação do Antigo Testamento começou com a história da criação. A revelação do Novo Testamento terminará com a história da transformação da criação original. A nova Jerusalém será o lugar de habitação dos redimidos do Senhor que desfrutarão de uma comunhão incomparável com Deus por toda a eternidade. Por esta razão, a cidade não precisará de templo, pois os habitantes da cidade terão acesso direto à presença de Deus (Ap 21.22). A maior característica da cidade será que os habitantes verão à Deus face a face (Ap 22.4). E assim a história da redenção chega ao seu clímax revelacional.